Destaques
Cooperação UFPA-FRANÇA: o estabelecimento de redes de pesquisa e parcerias para a conservação da Biodiversidade Amazônica
Na última quinta-feira (06/11), o professor doutor Leandro Juen, do ICB UFPA, esteve à frente da recepção do CNRS (Centre National de La Recherche Scientifique), agência de financiamento francesa que estabelece grupos de laboratórios em diferentes partes do mundo. Em um futuro muito próximo, o desejo é de estabelecer conexões na Região Amazônica, com o primeiro polo na Universidade Federal do Pará.
O encontro foi marcado pela apresentação de pesquisas desenvolvidas dentro do CNRS e do ICB, mapeamentos alinhados com a agenda climática da COP30, que propõe a mitigação de impactos ambientais, além da adaptação às problemáticas irreversíveis que já prejudicam a saúde humana em diferentes contextos. Pensar a ecologia, a saúde pública e a pesquisa em um contexto de mudanças climáticas na Amazônia configura um cenário complexo, e de muitos campos a serem explorados. Daí a importância da palavra que o professor Leandro destaca: “cooperação”.
Segundo ele, uma região tão grande e multifacetada exige desafios para ser conhecida: “quem trabalha com biodiversidade na Amazônia é muito feliz, é muito realizado, porque tem muita coisa pra ser feita. Mas por outro lado, tem muitas dificuldades, infelizmente, (…) Os recursos para pesquisa na Amazônia não chegam (…). A segunda é logística, então qualquer atividade de coleta na Amazônia exige uma logística complexa: avião, barco e carro, isso tudo encarece muito”.
A alternativa, segundo o professor Juen, para além do material, é a cooperação: “a principal coisa que a gente defende muito é a união de esforços. A Amazônia é muito complexa, não adianta um único grupo, uma única rede querer resolver todos os problemas que não vai. A Amazônia precisa de diferentes conhecimentos, de diferentes saberes”. Com saberes, o professor destaca a contribuição das diferentes partes que compõem a Amazônia: povos originários, campos de pesquisa nos interiores e centros de pesquisas das capitais, com o objetivo de conhecer a biodiversidade e melhor preservá-la, garantindo a manutenção do ecossistema e preservando as diferentes formas de vida da Região, incluindo a humana.
Texto: Júlio Augusto.
Créditos: Leandro Juen.
Data da Publicação: 13/11/2025.
Projeto de educação inclusiva conscientiza a população PCD e suas famílias sobre o meio-ambiente e as mudanças climáticas
Antecipando algumas das discussões da 30ª Conferência das Partes e democratizando a ciência em Belém, o Grupo de Educação Inclusiva e Ambiental (GEIA) do ICB, coordenado pela professora Valerie Sarpedonti, realizou, ao longo de três meses, uma série de atividades visando sensibilizar pessoas com deficiência (aqui denominadas "assistidas") sobre a importância de preservar a natureza. O projeto foi desenvolvido no Centro de Referência para Pessoas com Deficiência (unidade social administrada pela prefeitura), contando com o apoio de toda a equipe do centro coordenado por Rosângela Lourinha dos Santos.
A professora informou que as atividades foram divididas em dois blocos, cada um com o intuito de destacar o papel de elementos da natureza: “No primeiro bloco, falou-se sobre a cobertura vegetal, destacando-se a diversidade de árvores, os diferentes tipos de folhas e as diferenças de temperatura entre as áreas sombreadas e ensolaradas. No centro-dia, os assistidos observaram folhas de diversos formatos, tamanhos e texturas e, depois, as desenharam. Em seguida, foram ao Museu Emílio Goeldi para medir temperaturas em diferentes locais por meio de um termômetro infravermelho. Os resultados obtidos, devidamente anotados em um quadro branco pelos próprios assistidos, foram novamente discutidos no centro-dia. Ao final do bloco, todos chegaram à conclusão de que as árvores são essenciais para reduzir a temperatura e tornar o ambiente mais agradável. Por fim, os participantes fabricaram marcadores de página personalizados usando folhas e flores secas”.

Atividade com o Centro Dia no Museu Emílio Goeldi
“No segundo bloco de atividades os assistidos realizaram um experimento para averiguar a importância da água sobre o crescimento do feijão. Após a germinação das sementes os potes foram organizados em três grupos: 1) o grupo dos potes verdes que recebeu água diariamente, 2) os potes amarelos que receberam água uma vez por semana, assim simulando um episódio de seca, e 3) os potes vermelhos que foram regados com uma água na qual foi adicionada um pouco de detergente para lavar louça. O crescimento dos feijões foi acompanhado ao longo de 20 dias, depois dos quais os assistidos perceberam que as plantas nos potes verdes apresentaram o melhor crescimento, enquanto as sementes que receberam água poluído cresceram bem pouco. As atividades foram encerradas com a confecção de roupas indígenas e a apresentação da dança da chuva”.

Segunda fase de atividades com o centro dia (qualidade da água).
Indo além da questão climática e ambiental, a professora Valerie destaca a importância de uma ciência inclusiva, participativa e democrática, que se estende para além dos portões da universidade: “Desenvolver projetos com pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade é essencial para promover a inclusão social, combater o preconceito e o capacitismo, que ainda são muito presentes na sociedade. Os projetos extensionistas permitem uma aproximação única entre a universidade e a sociedade, oferecendo às PcD a possibilidade de ter acesso ao conhecimento por meio de atividades desenvolvidas para elas, respeitando seus limites e sempre garantindo seu bem-estar".
Texto: Júlio Augusto;
Créditos: GEIA/Valerie Sarpedonti.
Ação Conjunta entre o ICB e a Prefeitura de Belém instala tecnologias contra a dengue no Parque da Cidade
A COP-30, palco das discussões climáticas e das negociações para mitigar impactos ambientais ao redor do globo, iniciou na última segunda-feira (10/11.), e um dos preparativos cruciais pode passar despercebido pelos participantes, mas garante seu bem-estar: a proteção sanitária da Sede. A ação contra o mosquito Aedes aegypti foi executada na quarta-feira (05/11.). Ao todo, foram mais de 20 Agentes de Controle de Endemias (ACEs) na equipe, contando com a ação do professor Moises Silva, do ICB.
Na prática, foram instaladas 119 Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), tecnologias inteligentes que combatem o mosquito da dengue. O mapeamento e a distribuição dos equipamentos foram feitos em áreas estratégicas do Parque da Cidade.
O professor Moises e sua equipe representaram o ICB, contribuindo diretamente com os conhecimentos científicos na zona: “Como coordenador da ação conjunta entre o Instituto de Ciências Biológicas da UFPA (ICB/UFPA) e a Secretaria Municipal de Saúde de Belém, atuei diretamente no planejamento, implantação e monitoramento das Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs) no Parque da Cidade. Meu papel envolveu desde a análise dos dados epidemiológicos e ambientais até o uso de georreferenciamento para definir os pontos mais adequados para a instalação das armadilhas (…). Acompanhei presencialmente toda a operação em campo, orientando os Agentes de Controle de Endemias (ACEs) sobre os aspectos técnicos da tecnologia e garantindo que cada EDL fosse posicionada conforme os critérios científicos de maior efetividade”.
Ele complementa com a presença da graduação na equipe: “a iniciativa também contou com a atuação essencial das graduandas em Biomedicina: Yasmin Eduarda e Anna Bárbara, bolsistas de iniciação científica vinculadas a um dos projetos que coordeno. Elas desempenharam funções centrais no mapeamento georreferenciado da área e na instalação das armadilhas, aplicando na prática conhecimentos de vigilância epidemiológica, biologia de vetores e análise espacial. A participação delas em campo evidencia a importância da formação científica aplicada à realidade do território”.
Quanto aos impactos positivos dos conhecimentos utilizados em campo, o professor comenta sobre a utilidade pública da ciência: “Mais do que uma intervenção pontual, essa medida representa a convergência entre ciência, gestão pública e participação comunitária. No Parque da Cidade, essa colaboração permitiu a formação de um corredor protegido por tecnologia de dispersão de larvicida, reduzindo a proliferação de mosquitos e contribuindo para tornar o espaço mais seguro para a população, especialmente durante um período de grande circulação de visitantes (…), nossa atuação reafirma o papel do ICB como ponte entre universidade e sociedade, levando ciência para onde ela é mais necessária: o território onde as pessoas vivem, circulam e constroem saúde diariamente”.
Texto: Júlio Augusto;
Imagem e créditos: Moisés Silva.
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