Destaques
COY 20: a Conferência da Juventude pelo Clima no ICB
Nos dias 06, 07 e 08 de novembro, o Instituto de Ciências Biológicas da UFPA recebeu a COY 20, Conferência Global de Crianças e Jovens sobre as Mudanças Climáticas. O encontro reuniu jovens ativistas de diferentes países para debates, oficinas e atividades de capacitação de lideranças, algumas delas estiveram nas áreas oficiais da COP-30 representando suas lutas. Nos espaços do ICB, a programação contou com o uso de salas de aula, auditórios e espaços de convivência, além de equipes de servidores e estagiários para acolhida e orientações.
Gilvan Souza, ativista e um dos coanfitriões da COY 20, relatou sobre a perspectiva da juventude estando à frente da organização: “o objetivo dessa convenção é pensar um pouco e discutir as perspectivas jovens sobre as mudanças climáticas, como pensar estratégias pra mitigar e adaptar”. Gilvan também comentou sobre a importância de entender a realidade amazônica a partir de eventos como a COY e a COP-30: “também tem sido uma experiência muito legal estar aqui em Belém, conhecer um pouco da realidade aqui do Norte. Muitas vezes nós que somos do Sudeste estamos muito concentrados ali; quando a gente vem pra essa realidade do Norte a gente vê uma diversidade maior, tanto cultural quanto de plantas”.
Aline Dequidt, ativista francesa que atualmente vive no Brasil, foi a responsável por uma das oficinas da COY, na qual os jovens montaram mapas mentais sobre o clima. Para ela, atividades como essa despertam o pensamento crítico e o poder do diálogo, e cita alguns objetivos: “conversar como grupo sobre empoderamento, sobre ação: como eu posso agir, como eu posso saber mais sobre esse assunto, como eu posso divulgar para os outros e como eu posso ajudar os outros a agir assim”.
Para além da COY 20, o representante do programa “195 in 365, The Change”, Johan Hoschtialek, comentou sobre o desejo de reunir lideranças de cada país em prol da preservação climática: “estamos aqui (também) para encorajar os brasileiros a virem e fazerem parte (das discussões climáticas), porque eles terão a oportunidade de ir ao redor do mundo e lutar pela melhoria do clima”. A iniciativa global busca viajar pelos 195 países do planeta em um ano, para aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas e seus impactos.
Essas são algumas das vozes que estiveram presentes no ICB durante o período da COY, vozes que destacam a importância de um espaço plural para a troca de saberes e experiências sobre a relação do homem com a natureza. Um dos resultados da COY foi a Declaração Global da Juventude, documento oficial produzido após os dias de encontro, que foi levado à COP-30 por Ana Toni, CEO da Conferência.
Texto: Júlio Augusto.
Cooperação UFPA-FRANÇA: o estabelecimento de redes de pesquisa e parcerias para a conservação da Biodiversidade Amazônica
Na última quinta-feira (06/11), o professor doutor Leandro Juen, do ICB UFPA, esteve à frente da recepção do CNRS (Centre National de La Recherche Scientifique), agência de financiamento francesa que estabelece grupos de laboratórios em diferentes partes do mundo. Em um futuro muito próximo, o desejo é de estabelecer conexões na Região Amazônica, com o primeiro polo na Universidade Federal do Pará.
O encontro foi marcado pela apresentação de pesquisas desenvolvidas dentro do CNRS e do ICB, mapeamentos alinhados com a agenda climática da COP30, que propõe a mitigação de impactos ambientais, além da adaptação às problemáticas irreversíveis que já prejudicam a saúde humana em diferentes contextos. Pensar a ecologia, a saúde pública e a pesquisa em um contexto de mudanças climáticas na Amazônia configura um cenário complexo, e de muitos campos a serem explorados. Daí a importância da palavra que o professor Leandro destaca: “cooperação”.
Segundo ele, uma região tão grande e multifacetada exige desafios para ser conhecida: “quem trabalha com biodiversidade na Amazônia é muito feliz, é muito realizado, porque tem muita coisa pra ser feita. Mas por outro lado, tem muitas dificuldades, infelizmente, (…) Os recursos para pesquisa na Amazônia não chegam (…). A segunda é logística, então qualquer atividade de coleta na Amazônia exige uma logística complexa: avião, barco e carro, isso tudo encarece muito”.
A alternativa, segundo o professor Juen, para além do material, é a cooperação: “a principal coisa que a gente defende muito é a união de esforços. A Amazônia é muito complexa, não adianta um único grupo, uma única rede querer resolver todos os problemas que não vai. A Amazônia precisa de diferentes conhecimentos, de diferentes saberes”. Com saberes, o professor destaca a contribuição das diferentes partes que compõem a Amazônia: povos originários, campos de pesquisa nos interiores e centros de pesquisas das capitais, com o objetivo de conhecer a biodiversidade e melhor preservá-la, garantindo a manutenção do ecossistema e preservando as diferentes formas de vida da Região, incluindo a humana.
Texto: Júlio Augusto.
Créditos: Leandro Juen.
Data da Publicação: 13/11/2025.
Projeto de educação inclusiva conscientiza a população PCD e suas famílias sobre o meio-ambiente e as mudanças climáticas
Antecipando algumas das discussões da 30ª Conferência das Partes e democratizando a ciência em Belém, o Grupo de Educação Inclusiva e Ambiental (GEIA) do ICB, coordenado pela professora Valerie Sarpedonti, realizou, ao longo de três meses, uma série de atividades visando sensibilizar pessoas com deficiência (aqui denominadas "assistidas") sobre a importância de preservar a natureza. O projeto foi desenvolvido no Centro de Referência para Pessoas com Deficiência (unidade social administrada pela prefeitura), contando com o apoio de toda a equipe do centro coordenado por Rosângela Lourinha dos Santos.
A professora informou que as atividades foram divididas em dois blocos, cada um com o intuito de destacar o papel de elementos da natureza: “No primeiro bloco, falou-se sobre a cobertura vegetal, destacando-se a diversidade de árvores, os diferentes tipos de folhas e as diferenças de temperatura entre as áreas sombreadas e ensolaradas. No centro-dia, os assistidos observaram folhas de diversos formatos, tamanhos e texturas e, depois, as desenharam. Em seguida, foram ao Museu Emílio Goeldi para medir temperaturas em diferentes locais por meio de um termômetro infravermelho. Os resultados obtidos, devidamente anotados em um quadro branco pelos próprios assistidos, foram novamente discutidos no centro-dia. Ao final do bloco, todos chegaram à conclusão de que as árvores são essenciais para reduzir a temperatura e tornar o ambiente mais agradável. Por fim, os participantes fabricaram marcadores de página personalizados usando folhas e flores secas”.

Atividade com o Centro Dia no Museu Emílio Goeldi
“No segundo bloco de atividades os assistidos realizaram um experimento para averiguar a importância da água sobre o crescimento do feijão. Após a germinação das sementes os potes foram organizados em três grupos: 1) o grupo dos potes verdes que recebeu água diariamente, 2) os potes amarelos que receberam água uma vez por semana, assim simulando um episódio de seca, e 3) os potes vermelhos que foram regados com uma água na qual foi adicionada um pouco de detergente para lavar louça. O crescimento dos feijões foi acompanhado ao longo de 20 dias, depois dos quais os assistidos perceberam que as plantas nos potes verdes apresentaram o melhor crescimento, enquanto as sementes que receberam água poluído cresceram bem pouco. As atividades foram encerradas com a confecção de roupas indígenas e a apresentação da dança da chuva”.

Segunda fase de atividades com o centro dia (qualidade da água).
Indo além da questão climática e ambiental, a professora Valerie destaca a importância de uma ciência inclusiva, participativa e democrática, que se estende para além dos portões da universidade: “Desenvolver projetos com pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade é essencial para promover a inclusão social, combater o preconceito e o capacitismo, que ainda são muito presentes na sociedade. Os projetos extensionistas permitem uma aproximação única entre a universidade e a sociedade, oferecendo às PcD a possibilidade de ter acesso ao conhecimento por meio de atividades desenvolvidas para elas, respeitando seus limites e sempre garantindo seu bem-estar".
Texto: Júlio Augusto;
Créditos: GEIA/Valerie Sarpedonti.
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